terça-feira, 4 de setembro de 2012

Discussão sobre o termo AMOR.

Há duas semanas atrás, uma conhecida amiga nos enviou uma mensagem com pertinentes reflexões sobre o termo "Amor" como é colocado no Evangelho original (velho e novo testamento) em comparação com sua utilização pelos Espíritos a partir do inicio da Doutrina Espírita. Segue abaixo as palavras de nossa amiga:

"No Evangelho comum (o da bíblia e não o Evangelho segundo o Espiritismo), Paulo usa SEMPRE a palavra AMOR. Em 1ª Corínthios, cap. 13: "... se eu não tiver AMOR, serei como o bronze que ressoa, ou como o címbalo que retine ... se eu não tiver AMOR, nada serei ... se eu não tiver AMOR, nada disso me aproveitará. O AMOR é paciente ... não se ressente do mal ... tudo crê  ... o AMOR jamais acaba...".  Em todo o texto, a palavra usada por Paulo é a palavra AMOR."


Surge então um questionamento quanto ao fato de que, tanto no Evangelho Segundo o Espiritismo quanto nas outras obras da codificação Espírita, temos frequentemente a palavra 'Amor' substituída pela palavra 'Caridade'. Nossa amiga acredita que a palavra Amor tem sentido muito mais amplo e que colocá-lo na forma de caridade seria reduzir sua grandeza.
No entanto, Rodrigo, o dirigente do MEPAJ nos enviou uma mensagem após uma pesquisa dedicada elucidando-nos sobre as dificuldades de uma tradução e também a amplitude da palavra Caridade:

"As palavras, assim como a língua adquirem novos significados todos os dias e novas palavras e neologismos surgem o tempo todo (...) Uma mesma palavra se traduzida há 2000 anos se traduzida hoje assume significados diferentes.Posto isso, preciso esclarecer uma outra coisa muito importante: Não foi Kardec que substituiu a palavra Amor por Caridade na Epístola de Paulo ou em qualquer outro trecho extraído da Bíblia.
Existem várias traduções da Bíblia e muitas delas, tanto católicas quanto evangélicas trazem a palavra caridade e não amor não só neste como em  vários outros trechos.
Há que se verificar que nas escrituras de Paulo em grego a palavra utilizada é “ágape” e em latim é “caritas”. Tanto uma quanto outra podem ser traduzidas por amor ou caridade no contexto em que são colocadas. Aliás, é importante dizer que em grego há pelo menos 3 palavras que podem ser traduzidas por “amor”, mas ágape é um tipo de amor espiritual, muito próximo do conceito de caridade.



Ele ainda nos lembra da pergunta 886 do Livro dos Espíritos, que nos esclarece o amplo sentido da palavra CARIDADE:


"886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, comoa entendia Jesus?“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. A caridade, segundo Jesus, não se  restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos osdesafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa."


Posto isso, levando em conta o fato de que nosso mentor e precursor da Doutrina Espírita, Allan Kardec, nos incita à reflexão sobre os mais variados assuntos, creio que nós da MEPAJ poderíamos dividir nossas opiniões quanto a este assunto, compartilhando e refletindo é que deixaremos de nos entregar ao pensamento mecânico e agiremos conscientemente, recebendo assim grande impulso para estruturação da Fé de cada um de nós, e também criando bases fortes para levar a luz da Doutrina para quem dela necessite.

Vamos lá, opinem!

Dan.




3 comentários:

  1. Acredito mesmo que um dos maiores problemas das línguas em geral, é que não temos um termo para cada ideia, como nos aponta o Espírito de Verdade na Codificação.
    Estava falando agora há pouco com o Dan e o assunto era justamente esse: Pouco importa o rótulo. Amor precisa ser sentido! Pela(o) Namorada(o), cônjuge, amigos, pais, irmãos, família, pela humanidade... claro que para cada um deles dentro de suas devidas proporções segundo o entendimento pessoal de cada um. Mas enfim, deve-se amar sempre, ou em outras palavras, deve-se usar da caridade segundo Paulo para com toda a humnanidade.

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  2. Sempre me questiono: Como viver achando que está tudo bem enquanto tantos seres sofrem neste mesmo instante e tão próximo a nós? Somente buscando o entendimento e prática dessa Caridade é que poderemos mudar algo.

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  3. Acredito que o Amor sempre foi o mesmo, mas nossa compreensão dêle vem evoluindo aos poucos. As formas de descrevê-lo pouco devem importar desde que nos façam compreender a necessidade de praticá-lo sinceramente. E, futuramente, se houver outra palavra que faça mais clara essa necessidade e auxilie ainda mais a nos guiar até seu conceito Divino, que venha e eu a aceitarei de coração aberto :)

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