quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

O ser perfectível: O destino do Espírito!!!

Texto Referente ao Tema de 13/01: " O ser perfectível: O destino do Espirito".

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Semana passada tratamos da Lei de Adoração, que dentro dos três deveres que o Espírito atento à sua necessidade de evolução precisa honrar, se enquadra em seu dever para com Deus. Os outros dois deveres consistem em sua preocupação com a natureza das relações que mantém consigo mesmo, e também aquelas que cultiva com o outro. Neste tema trataremos mais intimamente de nossa relação conosco mesmo, utilizando-nos das leis morais correspondentes à mesma.



Muitos de nós já ouviu dizer, pois é lugar comum no Espiritismo, que a lei de Deus foi inscrita em nós mesmos no momento da criação. O leitor atento de o Livro dos Espíritos vai certamente notar também que esta inscrição opera em nós como um aconselhamento constante no âmbito consciencial, sutilmente chamando nossa atenção para os possíveis equívocos que possamos ter cometido na vida moral. A relevância dos conselhos que a consciência (produto da lei de Deus inscrita em nós) nos fornece, entretanto, dependerá do quanto estamos sintonizados com ela. Caso estejamos fortemente empenhados em fazer o mal, ela não será nada mais que uma voz rouca sufocada pelos altos ruídos da vida mundana. Mas se bem utilizada, a voz interior da lei divina será sempre uma fonte inesgotável de renovação e de orientação nos caminhos tortuosos que a vida impõe.



Conforme podemos verificar no estudo da obra supracitada, entre as características da lei natural divina está o dever do Espírito em progredir sempre, rumo ao seu destino da perfeição relativa, ou seja, num patamar abaixo do Criador, perfeito dentro dos parâmetros da criatura. Esta norma intrínseca à nossa existência gera um desejo incessante por avançar. E mesmo que o ser se mostre arredio no nível da consciência, seu subconsciente frequentemente o direciona para caminhos que irão lhe proporcionar valiosos aprendizados. Quem afinal nunca se sentiu impelido a, sem razões aparentes, viver situações que evidentemente resultariam em sofrimento e só depois de alguns anos condenou as próprias escolhas, perguntando-se aonde estava com a cabeça naquela época? Isso não significa, obviamente, que todas as nossas más escolhas foram fruto deste desejo inconsciente por progresso. Muito pelo contrário, se déssemos a devida atenção a esta voz interior que nos convida a sermos melhores, nem precisaríamos sucumbir para aprender, mas nos esforçaríamos verdadeiramente para evitar tais situações. Contudo, como temos um senso moral ainda bastante defasado, nosso subconsciente, depois de um algum tempo de estagnação moral, acaba apelando para esta tática no intuito de nos fazer avançar na marra, como se fosse um tratamento de choque.



A vigilância das leis morais do Livro dos Espíritos que estão ligadas aos nossos deveres conosco mesmos é essencial para que atinjamos o objetivo do progresso que nossas almas tanto anseiam. A Lei do trabalho nos possibilita o desenvolvimento da inteligência, pois nos dias de trabalho somos constantemente confrontados por situações que nos levam a superar todos os nossos limites. Por outro lado, através do trabalho também somos os instrumentos de que Deus se dispõe para desenvolver o meio no qual estamos inseridos.



A Lei de Reprodução - ferramenta cujo objetivo biológico é a perpetuação da espécie - nos propicia a maravilha da reencarnação. Mas os mecanismos do sexo, se usados com vistas à satisfação da sensualidade, torna-se objeto de perdição do espírito nos caminhos da vida, pois se no reino animal o sexo é apenas uma ferramenta de reprodução, no hominal ele se torna a coroação do amor entre dois espíritos parceiros na jornada da evolução.



A Lei de Conservação nos dá o impulso necessário à autopreservação, sem a qual não nos importaríamos em manter nossas próprias vidas, e, consequentemente, teríamos nossas vidas facilmente abreviadas cedo demais por situações que poderiam ser evitadas com um pouco mais de zelo. Desta maneira, não fugiríamos dos perigos e nem buscaríamos absorver energia através da alimentação e, portanto, não viveríamos o suficiente para aprender o que a encarnação neste mundo pode nos ensinar.



Por fim, a Lei de Destruição, que é intrínseca à natureza da matéria. Pois tudo o que existe no reino das formas deve, eventualmente, perecer. A destruição nada mais é que a renovação das formas, que são destruídas para tomarem outras características, em outros lugares. Não à toa, a ciência recentemente confirmou que nossos corpos têm poeira estelar em sua composição. Além de cumprir o papel da renovação, a destruição possibilita a reencarnação dos espíritos, através da morte do ser velho para o renascimento de um ser novo. Não fosse a reencarnação e tivéssemos de viver a vida eterna na terra, rápido chegaria o momento em que os possíveis aprendizados desta existência se esgotariam. Necessário é que estagiemos em variadas sociedades, classes sociais, situações familiares e profissionais para estarmos sempre ampliando nossos conhecimentos e aprimorando nosso senso moral.



Ainda assim, a destruição deixa-nos quase sempre um gosto amargo na boca, pois representa o fim de ciclos que pouco ou nada compreendemos. Tomamos o perecimento da matéria pelo fim da existência e recebemos a destruição com tristeza e desespero. Devido à crença niilista que tem ganhado força desde o iluminismo, perdemos nossa capacidade de nutrir fé pelo futuro. E esta fé é a certeza de que o espírito possui sim um fim: nascer, morrer, renascer ainda é progredir sempre, conforme consta na lápide do codificador da doutrina espírita. Seu destino é tornar-se perfeito e, por consequência, adquirir a felicidade eterna. Se alienado deste destino, o espírito rompe com sua natureza divina e perde a conexão com a fonte fecunda da energia criadora do Universo. Os resultados disso são estas grandes chagas que vemos hoje generalizadas entre a humanidade.



O ser humano, afinal, por conta dos séculos de evolução, bem ou mal aprendeu a viver com o calor escaldante, com o frio intenso ou em meio aos conflitos, mas de maneira nenhuma consegue viver sem perspectiva de futuro. Se, proposital ou intencionalmente, desconstruímos a perspectiva de futuro de alguém sem lhe dar nenhuma outra em troca para refletir, nós já o matamos. Vemos exemplos disso diariamente; pessoas que se entregam às mais sofríveis provações sem reclamar porque possuem uma perspectiva de futuro na qual confiam e sabem que alcançarão em breve, e pelo outro lado, aqueles que usufruem de uma vida abastada e cheia de momentos de lazer mas não possuem qualquer perspectiva do que virá no futuro e por isso seu emocional adoece lentamente sem que saibam o motivo.



Há, entretanto, uma vida futura a nos aguardar. Não somos andarilhos que erram sem ter um objetivo fixo, mas sim peregrinos, migrando de um local para outro em busca do automelhoramento e com a consciência de que cedo ou tarde voltaremos ao lar para colher os frutos de nosso trabalho. O perecimento da forma é inevitável para cumprir o papel da renovação, mas não atinge a nós espíritos. E disso temos conhecimento porque há mais ou menos 200 anos o mundo dos vivos estendeu a mão ao mundo dos que irão morrer. Vieram até nós para anunciar: “irmãos, somos imortais!”. A morte é uma travessia. Apenas a mudança do veículo pelo qual o espírito se expressa.



Somos o que pensamos que somos. Isto é, vivemos de acordo com o que acreditamos ser e acabamos buscando nos tornar, constantemente e cada vez mais, este indivíduo que idealizamos. E só entra em sintonia conosco aquilo com que nos identificamos, mais ou menos. Por isso, se nos identificamos plenamente com o mundo material e com os gozos que esta vida proporciona, estamos fundamentando nossa existência com elementos perecíveis, que irão morrer. Ora, se vivemos suportados por alicerces impermanentes e mortais isso significa que existimos aqui como meio mortos meio vivos. E o morto vivo vive uma vida que é meio morte e meio vida.



Portanto, sabendo que somos imortais, não há sentido em vivermos como mortos vivos, nos apoiando em coisas que serão, invariavelmente, levadas pelo tempo. Viva como um imortal e aja como um imortal até mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia. Não ame como se possuísse as pessoas, pois estamos lado a lado com pessoas que amamos no intuito de progredirmos e ajudarmos a progredir. Ame como um imortal. Um imortal que pensa verdadeiramente no bem dos outros e não exige condições para fazer o bem a eles mas o faz porque sabe que um imortal deve levar desta encarnação o maior número de afetos que conseguir nutrir. Um imortal que sabe que o reencontro entre os que se amam virá em algum lugar do tempo, mesmo que deixem a Terra em momentos diferentes de suas histórias. Desperte sua consciência espiritual para transformar sua conduta na de um imortal que se atenta, acima de tudo, às más tendências que deve domar e às virtudes que pode adquirir em sua jornada terrena.

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